Documentos da polícia e do Exército uruguaio comprovam que o presidente João Goulart era vigiado no país vizinho durante o exílio. Segundo documento do Departamento de Inteligência do Exército, ao qual o jornal Folha de S. Paulo teve acesso, Jango aparece em uma lista com outros seis brasileiros, por ser considerado subversivo. Após mencionar os nomes, consta no documento uma ordem escrita para que "se tenha conhecimento das atividades das pessoas mencionadas", sem mencionar a quem a determinação foi dada. O documento também relata uma reunião entre o presidente brasileiro, o então senador do Uruguai Zelmar Michelini e o ex-presidente da Bolívia Juan José Torres. Os três políticos teriam se reunido para conversar sobre asilados brasileiros, uruguaios e bolivianos que estavam em Buenos Aires.
Em outro documento, com data de 22 de fevereiro de 1974, do Departamento Nacional de Informação e Inteligência da polícia do Uruguai, uma relação de nomes de brasileiros vigiados, listando dados como telefones, número de documentos e atuação política.
Também apareciam na lista Dagoberto Rodrigues, que era amigo de Jango; o jornalista Edmundo Moniz de Aragão; Ivo de Magalhães; João Alonso Mintegui, adido comercial da Embaixada dôo Brasil no Uruguai durante o governo Jango; a jornalista Neiva Moreira; e o advogado e jornalista Carlos Olavo da Cunha Pereira.
Os documentos foram obtidos pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos do Brasil no ano passado, no Uruguai. Segundo o presidente da entidade, Jair Krischke, os dados obtidos no Uruguai reforçam as suspeitas de que havia interesse dos governos de ambos países em matar Jango.
Redação Terra |
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