Corpo de João Goulart será periciado no Distrito Federal
A data da exumação deverá ser definida em reunião agendada para setembro. Ainda que o resultado seja inconclusivo, a coordenadora da Comissão Nacional da Verdade, Rosa Cardoso, acredita que dará para responder, definitivamente, se Jango foi assassinado. “Temos que ver a exumação como um capítulo, dentro dessa questão mais ampla, que é a própria investigação das condições da morte do ex-presidente. A exumação pode não ser conclusiva. Ou pelo decurso do tempo, ou porque a tecnologia que o mundo dispõe hoje não é suficiente para, depois de 37 anos, identificar elementos de um envenenamento ou algum outro tipo de problema que Jango pode ter tido no uso de remédios”, explica.
Rosa Cardoso referiu-se ao documentário Dossiê Jango para afirmar que existe um “conjunto muito amplo de indícios concludentes” de que o presidente foi assassinado. “Nós queremos mais indícios, mais provas. A exumação tem que ser feita, é uma prova necessária. Mas vamos prosseguir na investigação de caráter histórico”, afirmou. A comissão também reiterou pedido de acesso a documentos guardados pelos Estados Unidos, que podem conter dados sobre as condições da morte do ex-presidente, e solicitou informações a países da América Latina.
A exumação vem sendo pleiteada pela família de João Goulart desde 2007. O ex-presidente morreu em 1976, na Argentina, após exílio no Uruguai. Não houve autópsia antes do sepultamento. Há uma versão, levantada pelo ex-agente secreto uruguaio Mario Barreiro Neira, de que houve troca dos medicamentos que o ex-presidente tomava para problemas cardiológicos. Ontem, ocorreu uma reunião entre peritos, familiares de Jango, representantes da Secretaria de Direitos Humanos, da Comissão Nacional da Verdade e do Ministério Público.
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