quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Congresso restitui mandato de João Goulart, deposto pelos militares


João Vicente, filho do ex-presidente, recebeu um caloroso abraço da presidente Dilma Rousseff, que no mês passado recepcionou os restos mortais de Jango
18/12/2013 | 18:01 | Agência Estado atualizado em 18/12/2013 às 18:39

  •     João Vicente Goulart, um dos filhos do ex-presidente João Goulart, recebeu nesta quarta-feira (18), das mãos do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), um diploma de restituição simbólica do mandato do ex-chefe de Estado brasileiro, deposto em golpe militar no dia 1º de abril de 1964. O Congresso realiza uma solenidade de anulação da decisão que retirou Jango, como o ex-presidente era conhecido, do poder.
João Vicente recebeu um caloroso abraço da presidente Dilma Rousseff, que no mês passado recepcionou os restos mortais do ex-presidente em Brasília com honras de Estado. Na cerimônia, participam integrantes do primeiro escalão. Entre as presenças, estão o ministro da Defesa, Celso Amorim, e os comandantes das Três Forças Armadas.
O senador Randolfe Rodrigues (PSol-AP) disse crer que poucos brasileiros tenham amado tanto o Brasil como Goulart e sofrido tanto fora do País. "João Goulart foi o único presidente a morrer fora do País sem ter as honras de Estado". O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), afirmou que o Congresso equivocou-se ao cassar o mandato do presidente deposto. "Equivocou-se a maioria do Congresso Nacional a cassar o mandato do presidente João Goulart? É claro que sim", criticou. A cantora Fafá de Belém cantou o Hino Nacional.
Desculpas
Renan Calheiros pediu nesta quarta-feira desculpas pelo fato de o Parlamento ter retirado o mandato do presidente João Goulart, na madrugada do dia 2 de abril de 1964, mesmo com o chefe de Estado em solo brasileiro. Na solenidade que anulou àquela sessão do Congresso, Renan disse que hoje que a história não tem um ponto final, especialmente quando "forjada" pela ilegalidade.
"Peço desculpas pela inverdade patrocinada pelo Estado brasileiro, com a participação do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, de um ilustre brasileiro, um patriota", afirmou ele, em discurso, que contou com a participação da presidente Dilma Rousseff e integrantes do governo, como o ministro da Defesa, Celso Amorim, e os comandantes das Três Forças Armadas.
Além do diploma, foi entregue cópia documentos representativos para João Goulart, como termos de posse e cópia dos compromissos prestados. Para Renan, a devolução do mandato do presidente deposto "representa, além de justiça, a exumação da verdade". "O Congresso Nacional não deve recusar ou fugir de suas obrigações institucionais, ainda que elas impliquem em um revisionismo histórico, ainda que constrangedor para alguns públicos", destacou.
Em discurso antes de Renan Calheiros, João Vicente disse que Jango, como seu pai era conhecido, foi "injustamente cassado" por um golpe civil-militar. Ele lembrou que Goulart presidiu em duas ocasiões o Congresso Nacional e que a solenidade de hoje repara a "triste mancha e o equívoco do parlamento brasileiro ao legalizar a ditadura".
Para o filho do presidente deposto, o golpe não foi contra João Goulart, mas contra as reformas de base que ele havia proposto fazer em mensagem enviada ao Congresso Nacional no início de 1964. Ele disse que, até hoje, as reformas precisam ser feitas. "Há cinquenta anos precisávamos reformar o Estado brasileiro para avançar no desenvolvimento do País", disse João Vicente, ao citar a necessidade de se realizar as reformas agrária, tributária educacional e política.
O filho de Jango agradeceu a presidente Dilma Rousseff, que não discursou na solenidade, pela busca em recuperar a história, com iniciativas como a instalação da Comissão da Verdade. Segundo João Vicente, a história do seu pai se coloca acima dos partidos políticos e torna o Congresso como parte da história brasileira. Contudo, é preciso olhar as questões sem ódios e ressentimentos. "Mais uma vez repito com as palavras que me despedi pela segunda vez do meu pai em São Borja: Jango, a democracia venceu", frisou.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Presidente João Goulart enterrado com honras de Chefe de Estado

07.12.2013    
Jango foi o último presidente civil eleito do Brasil antes do golpe militar de 1964 e morreu no exílio
São Borja. Depois de 37 anos, o ex-presidente João Goulart foi enterrado ontem , desta vez com honras de chefe de Estado. O novo enterro de Jango, como era conhecido o ex-presidente, ocorreu no município de São Borja, a 630 quilômetros de Porto Alegre, na fronteira do Brasil com a Argentina. Os restos mortais do ex-presidente João Goulart foram enterrados após terem sido analisados pelo Instituto Nacional de Criminalística do Departamento de Polícia Federal, depois de exumados no dia 13 de novembro. A exumação dos restos mortais de Jango, como era chamado, faz parte da investigação da Comissão Nacional da Verdade sobre a morte do ex-presidente. Deposto pelo regime militar, Goulart morreu no exílio, na Argentina, em 6 de dezembro de 1976. A Comissão da Verdade analisa a possibilidade de o ex-presidente, que oficialmente teve como causa da morte um ataque cardíaco, ter sido assassinado no período da ditadura militar, na chamada Operação Condor, um plano organizado pelas ditaduras do Cone Sul para perseguir opositores.
Antes de ser enterrado em São Borja, no dia 14 de novembro, os restos mortais do ex-presidente foram recebidos com honras militares em Brasília FOTO: FOLHAPRESS

No dia 14 de novembro, os restos mortais do ex-presidente foram recebidos com honras militares, em cerimônia que contou com a participação da presidenta Dilma Rousseff e dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, José Sarney e Fernando Collor. Para a cerimônia de reinumação (novo enterro) foi decretado feriado no município.

O novo enterro foi acompanhado pela ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, por integrantes da Comissão da verdade, pela viúva Maria Thereza, os filhos João Vicente e Denize e os netos de Goulart. Em pronunciamento, o filho do ex-presidente, disse que a ocasião era uma "segunda despedida" e a "cova da ditadura". Na igreja, houve gritos de "Jango presidente".

Reparação

Para a ministra Maria do Rosário, o novo enterro repara uma dívida histórica do Brasil com o passado. "Nosso objetivo é que o País tenha conhecimento de todos os fatos que constituem a nossa história". "Temos certeza de que fizemos o que estava ao alcance da família para esclarecer uma verdade que permanece oculta", enfatizou João Vicente Goulart, filho do ex-presidente.

Diário do nordeste

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Restos mortais de Jango chegam a São Borja (RS)


Chegou às 12h50min desta sexta-feira, no aeroporto de São Borja, o avião da Força Aérea Brasileira(FAB) que trasladou a urna com os restos mortais do ex-presidente João Goulart, o Jango. No dia em que a morte do ex-líder trabalhista completa 37 anos, o esquife foi recebido com honras de chefe de Estado. O caixão será coberto com a bandeira do Brasil. 

No avião, vieram a viúva Maria Thereza e os filhos João Vicente e Denize. Autoridades também desembarcaram, incluindo a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário.
Com a chegada do corpo, o passo seguinte será o transporte para a Igreja São Francisco de Borja, onde será rezada uma missa. No final da tarde, o segundo sepultamento de Jango no cemitério Jardim da Paz, no mausoléu da família Goulart.
O corpo de Jango estava na capital federal desde o dia 14 de novembro, data da exumação no município gaúcho. Em Brasília, logo depois de receber as honras de Chefe de Estado, com a presença da presidenta Dilma, os restos mortais permaneceram no Instituto Nacional de Criminalística do Departamento da Polícia Federal (INC/DPF), onde foram coletadas as amostras para os exames toxicológicos, que serão enviados a laboratórios estrangeiros.

A ministra Maria do Rosário, da SDH/PR, recordou que com esse ato, o governo brasileiro consolida mais um compromisso assumido ao longo do processo. "Estamos cumprindo com a responsabilidade que assumimos com a família e com a comunidade de São Borja, do Rio Grande do Sul e do Brasil", afirmou.

Rosário também disse que o objetivo do governo brasileiro, representado pela SDH/PR e pela CNV, é que o país tenha conhecimento de todos os fatos que constituem a História. O processo de exumação, coleta de amostras e exames toxicológicos é parte do esforço para esclarecer as reais circunstâncias que levaram Jango à morte. "Vamos trabalhar o laudo como um todo, essa é a referência. A diretriz é que tanto o laudo antropológico, quanto o laudo antemorten, quanto o laudo posterior e toda a pesquisa de caráter toxicológico sejam apresentados em conjunto para o país", garantiu.

Em nome da família, João Vicente Goulart, filho do ex-presidente, comentou sobre a grande carga emocional do momento. "É difícil porque estamos enterrando um pai pela segunda vez e desenterrando uma luta de dignidade, de sofrimento pelo Brasil", desabafou. Ele ainda abordou o cumprimento do compromisso com a comunidade de São Borja e do significado histórico da exumação. "Estamos retornando os restos mortais dele para a sua cidade, para o seu povo. Sem dúvida, estamos fazendo o revisionismo da vida, da luta e das propostas do presidente Joao Goulart. O golpe de Estado de 1964 não foi dado contra o presidente Jango, foi dado contra as reformas de Base propostas pelo seu governo", disse João Vicente.

Líder sindical e amigo de Jango, Rafael Mandelli acompanha a comitiva.
"[João Goulart] era um homem que se reunia com o movimento sindical como um irmão e sabia o que era necessário para fazer o Brasil crescer", declarou.

Em São Borja, os restos mortais do ex-presidente ficarão na Igreja Matriz, onde haverá celebração religiosa às 14 horas. Depois de um breve cortejo até o Cemitério Jardim da Paz, o corpo será reinumado às 16 horas.

Mais trabalhos de Memória e Verdade - Na coletiva, a ministra Maria do Rosário abordou os esforços para esclarecer casos de mortos e desaparecidos políticos, como a Vala de Perus, Araçá e a Guerrilha do Araguaia. "Ao homenagearmos o presidente João Goulart, nós também precisamos dizer que estamos trabalhando em Perus, com as famílias dos mortos e desaparecidos. A Secretaria de Direitos Humanos constituiu um Grupo de Trabalho de Arqueologia e Antropologia Forense, estamos realizando o trabalho de diagnóstico da situação em Perus, na fronteira do Brasil e Paraguai e da questão do Araguaia", afirmou. O grupo está ligado à Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP).

domingo, 1 de dezembro de 2013

Dario Pignotti: Jango, JFK e Globo


Por Dario Pignotti

São Borja e Brasília - Para ler o jornal O Globo em São Borja “geralmente temos que esperar até o meio-dia quando ele vem pelos ônibus que chegam de Porto Alegre”, diz um taxista que me leva até o centro da cidade, na praça 15 de Novembro, em frente à Igreja Matriz, onde o presidente João Goulart foi velado com o caixão aberto em dezembro de 1976. Naquela noite os saoborjenses desafiaram a ditadura lotando a igreja para dar um adeus (não sabiam que era só o primeiro) ao seu líder, apesar de as autoridades do III Exército terem ordenado que ele fosse enterrado imediatamente após chegar da Argentina, onde faleceu no dia 6 de dezembro de causas até hoje não esclarecidas.

“Eu me lembro do velório de Jango, quando o povo quis ir se despedir do presidente. Ele era muito querido aqui, havia uma multidão de gente na Igreja”, recorda outro taxista, coincidentemente apelidado de Jango, que veste uma camiseta colorada do Internacional enquanto me conduz até o Cemitério Jardim da Paz onde os restos do ex-mandatário foram exumados na madrugada de 14 de novembro para, horas mais tarde, serem recebidos pela presidenta Dilma em Brasília com honras de Estado.

Na cidade de São Borja a memória da ditadura continua tão viva que impregna a vida cotidiana: as suspeitas sobre o envenenamento de Jango são compartilhadas pelo ancião com bombachas e chapéu de gaúcho parado em frente ao cemitério e pelos estudantes de Ciências Políticas da Universidade Federal participantes da audiência pública onde se exigiu do governo federal que seus restos sejam devolvidos logo depois dos estudos que se realizam em Brasília.

O país visto desde São Borja, onde Goulart é uma espécie de Camelot mitológico, é diferente do narrado no jornal O Globo e outros veículos de propriedade dos herdeiros de Roberto Marinho.

A exumação do presidente morto no exílio quando estava na mira do Plano Condor, responsável pelos assassinatos (alguns por envenenamento) de vários líderes da região, possivelmente seja o acontecimento mais consistente ocorrido no Brasil no caminha na direção do resgate da memória e da verdade sobre o que ocorreu sob a ditadura, a menos investigada da América Latina.

Fatos similares, como a exumação sob a supervisão de especialistas internacionais (como ocorreu com Goulart) do ex-presidente Salvador Allende e, posteriormente, do prêmio Nobel Pablo Neruda, no Chile, absorveram a atenção pública e o interesse da imprensa por semanas. Aqui não foi assim.

Dois acontecimentos de densidade histórica, como a exumação dos restos de Jango e sua recepção em Brasília por Dilma, Lula e outros ex-presidentes, foram relegados à terça parte inferior da capa do jornal O Globo, no dia 15 de novembro. A parte superior foi dedicada à notícia da possibilidade de que o ministro Joaquim Barbosa ordenasse a detenção dos condenados pelo mensalão. A Folha de S.Paulo adotou uma perspectiva similar. Para a empresa de Frias Filho, o fato de maior destaque foi o engarrafamento de 309 quilômetros ocorrido em São Paulo, publicado como manchete com uma generosa foto, muito acima do retorno de Goulart a Brasília, 37 anos depois de sua morte e 49 do golpe de Estado que o destituiu para estabelecer uma “ditabranda”.

Nada se fará até 2029

Os crimes de Estado, de Júlio César até John Fitzgerald Kennedy, foram perpetrados por uma teia de interesses nunca revelados por completo, disse o procurador norte-americano Jim Garrison em sua intervenção perante uma corte de Nova Orleans em 1969, quando apresentou vasta informação sobre a participação de agentes da CIA combinados com mafiosos anticastristas no assassinato do presidente dos EUA, no dia 22 de novembro de 1963. A grande imprensa, denunciou Garrison em sua batalha solitária, foi cúmplice do encobrimento excitando o público com mentiras sonoras, campanhas patrióticas e outras artimanhas de desinformação, para desviar a atenção da verdadeira trama escondida debaixo dos disparos que destroçaram o crânio do presidente a bordo do Lincoln preto na sulista e racista Dallas.

A autópsia de Kennedy foi manipulada por peritos militares, testemunhas incômodas e cúmplices suspeitos da conspiração morreram em circunstâncias estranhas. Uma comissão tutelada pela Casa Branca concluiu que o magnicídio havia sido urdido e executado por um mitômano Lee Oswald, caracterizado como um sujeito antissocial e pervertido pelo ideário comunista da União Soviética. Uma tese tão discutível como a que assegura que foram naturais as causas da morte de João Goulart e ridiculariza a suspeita de um plano para envenená-lo, como denunciou o ex-agente dos serviços uruguaios Mario Neira Barreiro, preso na penitenciária de Charqueadas, no Rio Grande do Sul.

Questiona-se, e é correto fazê-lo, a credibilidade de alguém como Neira Barreiro que foi parte da organização terrorista Condor e confessa ter participado na morte de Goulart e no plano para eliminá-lo.

Os anais dos crimes políticos estão repletos de personagens como Neira Barreiro, cujas confissões (se verdadeiras) são chave para descerrar o véu da mentira. Um exemplo é o colaborador da CIA, David Ferrie, membro da organização que teria matado Kennedy, que, ao ver-se cercado por seus companheiros, aceitou colaborar com o promotor Garrison. Antes de depor perante o júri, o anticastrista e anti-Kennedy Ferrie apareceu morto em seu apartamento. Derrotado na corte e ridicularizado pela indústria midiática, Garrison se limitou a dizer que essa derrota jurídica era o primeiro passo para uma vitória política que chegaria em 2029, quando serão liberados os arquivos da Casa Branca.

O glamour do golpista

Em São Borja já se fala do segundo enterro de Jango previsto para 6 de dezembro (37 anos depois do primeiro) quando seus restos retornaram ao jazigo familiar do Cemitério Jardim da Paz depois de terem sido analisados no Instituto de Criminalística de Brasília e suas mostras enviadas a laboratórios estrangeiros onde se procurará, se ainda for possível, determinar a causa de sua morte.

Em uma audiência pública realizada no centro de tradições gaúchas, a ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, e seu colega da Justiça, José Eduardo Cardozo, firmaram, ante a comunidade de São Borja, uma ata de compromisso que garante o retorno do corpo de Jango a sua terra. Surpreende o contraste entre a memória ainda viva do povo de São Borja e a imprensa que ainda domina, com menos hegemonia que outrora, as estruturas de formação da opinião de massas.

Aguardei sem sucesso durante dois finais de semana a publicação de grandes suplementos históricos sobre a saga de Goulart, de volta à vida política 36 anos depois do enterro. Supus que seriam editados extensos cadernos com reportagens investigativas e ensaios sobre o líder democrático das reformas de base deposto, de modo similar ao que ocorreu na imprensa do Chile em setembro deste ano por ocasião dos 40 anos do golpe e da morte de Salvador Allende, ou na imprensa dos EUA, nos 50 anos do assassinato de Dallas.

Nada ou quase nada foi publicado nos grandes jornais do eixo Rio-São Paulo, no formato de caderno especial, sobre João Goulart reposto em sua condição de presidente em Brasília. Por outro lado foram editadas páginas especiais dedicadas a John Fitzgerald Kennedy.

O ápice do despropósito editorial, além de condenar Goulart à morte noticiosa, foi ter tratado o mandatário norte-americano como um personagem fascinante ou, para citar O Globo de 22 de novembro, “Presidente Celebridade”. Em rigor, para os brasileiros, Kennedy foi algo muito distinto ao galante democrata de acordo com o olhar do diário da família Marinho, provincianamente fascinado com o mito de Camelot.

Longe dessa leitura forjada pela Globo, a realidade histórica brasileira, materializada no golpe de 1964, ensina que JFK, na verdade, foi um anticomunista primário, um conspirador que avaliou desde o Salão Oval da Casa Branca, durante um encontro com o embaixador Lincoln Gordon, a progressão da desestabilização contra Jango, como ficou refletido no notável documentário “O Dia que durou 21 anos”.

Tradução: Marco Aurélio Weissheimer